Em 2017, pelo menos um trabalhador brasileiro morreu a cada quatro horas e meia vítima de acidente de trabalho. Os dados são do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho - MPT e pela Organização Internacional do Trabalho - OIT. Ainda de acordo com o levantamento, as notificações de acidente de trabalho foram mais frequentes no ramo hospitalar e de atenção à saúde, que representam 10% dos casos. Entre 2012 e 2017, a Previdência Social gastou mais de R$ 26,2 bilhões com o pagamento de auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, auxílios-acidente e pensões por morte de trabalhadores. Considerados um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde - OMS, os acidentes de trabalho com exposição a fluidos biológicos podem transmitir mais de 20 patógenos diferentes, alguns deles causadores de doenças infecciosas como hepatites e HIV. Entre 2010 e 2015, o Ministério da Saúde registrou 439,4 mil acidentes de trabalho graves, 276,6 mil acidentes por exposição a fluidos biológicos e 30,5 mil intoxicações exógenas – exposição a substâncias químicas. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem representaram 65% dos casos, segundo o Ministério da Previdência Social. Segundo o estudo, o país perde, anualmente, 4% do seu Produto Interno Bruto - PIB com gastos decorrentes de “práticas pobres em segurança do trabalho”. Segundo o procurador do Trabalho e co-coordenador do laboratório de gestão SmartLab, Luís Fabiano de Assis, no ano passado, estas perdas gerais à economia com acidentes de trabalho foram equivalentes a cerca de R$ 264 bilhões. “Temos demonstrado que, em muitas áreas, estes acidentes ocorrem por descumprimento de normas de segurança e saúde por parte das próprias empresas. Tecnicamente, não poderiam sequer ser classificados como acidentes de trabalho, mas sim como acidentes que ocorrem por culpa das empresas”, denuncia o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury.
(Fonte: http://cnts.org.br/noticias/ver/1514)